Há dias em que a alma parece coberta por névoa.
Nem dor, nem alegria — só um espaço em branco onde antes havia som, cor, intenção.
Nesses dias, tudo em nós parece suspenso. E o mundo, tão cheio de urgências, não sabe muito o que fazer com esse silêncio.
Mas no Sagrado de Cada Dia, acreditamos que até o nada pode conter um chamado.
Quando o sentir adormece
Talvez você acorde e perceba:
não há ânimo para o café, nem vontade de conversar.
O olhar paira no vazio como quem procura por algo que não sabe nomear.
Não é tristeza — é ausência.
E que beleza há nisso?, você pode se perguntar.
Talvez nenhuma.
Mas talvez, também, a chance rara de habitar o espaço entre dois sentimentos.
Como o intervalo entre uma nota e outra numa música.
A espiritualidade no branco
Esse estado de “não sentir” pode ser visto como falha — mas é, na verdade, um repouso.
O sentir constante cansa.
A alma também precisa de pausas, de silêncios internos, de chão neutro para renascer.
É no vazio que se ouve o eco.
É no branco que se pode pintar algo novo.
Ritual simbólico para dias neutros
Ritual da presença ausente
- Encontre um objeto neutro: uma pedra lisa, uma folha seca, um papel em branco.
- Segure-o nas mãos e fique com ele em silêncio por alguns minutos.
- Permita-se não sentir nada. Não force uma emoção. Só esteja.
- Ao final, diga suavemente:
“Mesmo no nada, há vida. Mesmo no silêncio, há escuta. Eu me acolho como estou.”
Você pode guardar esse objeto como lembrança: um símbolo de que até o vazio tem lugar.
Pequenas compreensões
Não estamos sempre iluminados.
Às vezes somos nuvem, intervalo, sombra suave.
Isso também é parte da caminhada.
É preciso coragem para não preencher.
Citação inspiradora
“A ausência de sentir é também um modo da alma se preparar para o próximo encontro.”
— Sagrado de Cada Dia
Leitura complementar
🌧️ Leia também: “O sagrado de tropeçar na própria alma” — um olhar para os dias em que nada parece fazer sentido.
Convite à interação
Você já viveu um desses dias neutros, em que tudo parecia suspenso dentro de você?
Se quiser, escreva aqui o que sentiu — ou não sentiu.
Às vezes, dividir o silêncio também é comunhão.