
A sacola que ele sempre carregava
Ninguém sabia o que havia dentro. Só sabiam que ele nunca saía sem ela. Ele passava todos os dias pela praça, sempre no mesmo horário, com passos lentos e uma sacola de pano azul-marinho pendurada no ombro. Era daquelas reutilizáveis de supermercado, mas já gasta pelo tempo, com costuras desfiadas e um remendo bege no fundo. Alguns diziam que ali ele levava livros. Outros juravam que era pão velho para os pombos. Mas ele nunca abriu a sacola para ninguém.